Soneto da descoberta
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Nos encontramos no êxtase de um sonho.
Como quem não intenciona o desejo,
Qual Ícaro em seu devaneio bisonho,
Unimos nossos lábios, infantes, num beijo.
Nossos corpos, duas flamas encantadas,
Nus, colados num lúbrico amplexo,
Absorvendo carícias (profanas ou sagradas?),
Espalhando no quarto o olor do teu sexo.
Num átimo, no mágico instante do prazer,
Nosso Vesúvio espalha magma incandescente,
Ilumina o céu, faz a terra tremer,
E, em teu fêmeo gozo, me sinto inocente,
Me sinto homem, teu cúmplice, porque
Te amar é me descobrir novamente.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 06 de julho de 2000
Abraço!
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