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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Somente tu

Somente tu


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Qual mulher é como tu, quimera gentil,
Capaz de compreender os meus fracassos
E incitar-me à luta, qual divina
Criatura que sabe, doce e sutil,
O poder que exerce sobre meus passos
E se esconde num rosto de menina?

Qual mulher é como tu, deusa morena,
Que resplandece como rubro arrebol,
Cuja beleza transcende estas rimas,
Pois, tens na alma uma aura serena?
Qual mulher tem no corpo magia de sol, 
Cuja doçura nunca, jamais termina?

Qual mulher tem o teu encanto, bela flor,
Cujos lábios são pura fonte de mel,
Cujos olhos irradiam malícia?

Qual mulher pode despertar-me ao amor,
Fazer-me acordar num pedaço do céu
E enlouquecer-me de felícia?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 10 de maio de 1995
Abraço!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pretenso poema de amor

Pretenso poema de amor


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Tivera a pretensão de poetizar o amor,
Mas todo poema de amor é finito, tolo,
Ante o colosso poético dum sentimento,
Pois, palavra nenhuma tem o poder de expô-lo.

Mas o desejo era fogo queimando, intenso,
Em minha alma encantada pela mulher amada,
E dele nasceram uns versos disformes, alento
Dum sonhador, bisonho ante seu jeito de fada.

Pudera apenas, limitado, dizer "te amo",
Sem lhe contar da felicidade e do encanto,
Da saudade que, sutil, me assalta por inteiro

Durante todo o tempo longe do seu contato,
Do sonho que se renova sempre que estou ao seu lado,
E que lhe faz a única dona dos meus segredos.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 16 de maio de 1997
Abraço!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Nas asas dum anjo

Nas asas dum anjo


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Vieste como brisa gentil no alvorecer,
Ainda semente do vendaval que hoje és,
Ainda instante, feto de eternidade,
Sutil e poderosa como possessão de fé.

Vieste como orvalho no calor da noite,
Regando meus sentimentos sem que eu notasse,
Domando-me qual tivesses mágico açoite,
Fazendo, mulher, com que eu te adorasse.

Vieste com a inocência poética
De uma rosa, mistura perfeita, gostosa,
Do mais seleto vinho com o mais puro néctar.
Tu, deusa-flor, sabes tão bem ser maliciosa!

És um anjo santificando os meus pecados,
Um demônio corrompendo os meus desejos,
Uma virtude que preciso ao meu lado,
Um vício raro, estranho, chamado amor,
Encanto nascido sem ensaio, sem ensejo.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de setembro de 1997
Abraço!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Anjo maldito

Anjo maldito

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves



Tu entraste em minha vida qual fosses fogo intenso,
Qual febre louca, provocando delírio imenso,
Sem perguntar ao poeta se ele queria te amar.

Eis que o poeta te fez musa de todos os seus poemas,
E o homem te desejou como a mais gostosa fêmea -
Ambos sofrem ao beberem do doce fel deste encantar.

Tu sabes do mal que me fazes e do bem que me provocas,
Conheces meu lado frágil, inconsequente me dominas.
Percebes, porventura, que eu não consigo viver sem ti?

Tu és semelhante a uma furiosa tempestade,
Arrastando tudo ao seu toque, qual fosses majestade.
És diva verdade ou uma simples ilusão que vivi?

Enfim, és o resumo símplice de pura malícia,
Mas te quero porque sei que podes provocar felícia.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 23 de agosto de 1995
Abraço!