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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Toma-me em seus braços

Toma-me em seus braços


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Toma-me em seus braços
Qual um menino desamparado,
Aquece-me ao seu contágio
Como uma chama sensual
Que me entorpece os sentidos.

Envolva-me em seu abraço,
Me arranca, sedutora, os meus segredos,
Desnuda meu corpo e minha alma.
Como se fosse dona de mim
Rebusca meus medos e desejos,
Prenda-me em seus encantos feminis.

Escraviza-me ao seu beijo,
Faz-me dependente dos seus carinhos,
Como se fosse um vício,
Acende em mim a vontade de ser sempre seu.

Toma-me em seus braços,
Me arranca o pudor,
Desnuda seu corpo macio
E deixa que eu lhe ame como um louco,
Homem e menino,
Como nem mesmo a poesia
É capaz de lhe dizer.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de junho de 1999
Abraço!

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Medo

Medo

     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Enlouquecido, tive medo da noite,
Tive medo do seu algoz açoite,
Medo de minha própria soledade.

Tive medo como se fosse menino,
Como se não pudesse fugir do destino,
Medo de não explicar tanta saudade.

Tive medo, sim, do meu eu sonhador,
Medo de um dia perder seu amor,
Medo duma lágrima rolando no meu coração.

Tive medo como um homem sem Deus,
Medo de você fugir dos braços meus,
Medo de lhe adorar com tanta paixão.

Você veio, mágica, e roubou da noite o segredo,
Como se tivesse n'alma o sol mais intenso.
Com um beijo cúmplice matou o meu medo,
Se fez a poética felícia daquele momento.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 31 de julho de 1998
Abraço!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Caminhos

Caminhos

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Entristecido e perdido em mim mesmo
Divaguei sozinho, rumo a qualquer lugar.
Era como se eu tentasse me encontrar.

Trocaria eu lágrimas por um sorriso
Se encontrasse, acaso, o paraíso?
Ora, seria o Édem o suficiente
Para dar sentido à minha alma carente?
Ah! Um novo sonho se fazi preciso.

Chorei como se fosse ainda menino,
Abracei a mim mesmo como se pudesse
Fugir deste sentimento frio, ferino,
Que a vida quis me impor - esta solidão.

Devaneando, parei a sentir o vento, 
E perdi, distraído a noção do tempo.
Fiquei ali, tolo, à beira do caminho,
Na breve expectativa de um carinho.
Então, desesperado, gritei sem alento,
Numa prece dolente a alguém, sozinho.

Então, brilhou a luz do fundo de um olhar, 
Encantadora como as vagas de um mar,
Revelando a doce magia de mulher
Que sabe, sutil e gentil, tudo o que quer.

Como um sonho, a sua pele serena
Se misturava, doce, à noite morena,
Pele de deusa, meiga flor de açucena.

De seus lábios fugiu uma doce canção
Que trazia o amor numa louca razão.
(Pode-se ignorar tão maravilhoso som?)
Eu me perdi no tom do seu vermelho batom
E deixei reviver no meu peito a paixão.

Num átimo, explodi de felicidade,
Como quem encontra a própria verdade!

Hoje, poesia no meu peito inflama,
E amo, constante, àquela que me ama;
E deixo, neste poema a certeza
De que lhe amarei pela eternidade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 24 de junho de 1994
Abraço!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Soledade

Soledade


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Nessas intermináveis horas mortas,
Preso na escura solidão do meu quarto,
Veio a saudade bater à minha porta,
Dorida como se fora venenoso dardo.

Quisera enganar o meu sentimento,
Fingir que não amo com tanta loucura,
Inventar um qualquer pensamento - 
Eis que não posso roubar do mel a doçura!

Não sentir saudade é renegar a mim mesmo,
É cruzar o deserto, endoidecido, a esmo,
É mendigar verdadeira felícia.

Ah! Essa musa divina e estranha,
Que nasce do parto de paixão tamanha,
Tão sem nexo: útero de dor e delícia.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 25 de julho de 2000
Abraço!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Orgulho mineiro

Orgulho mineiro


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Sou bicho correndo no mato, 
Me esquivando de medo,
Armando, silencioso, meu bote,
Serpenteando veneno.

Sou rocha de montanha mineira,
Incólume, protetor.
Sou peito aberto, poema
Derramado nas curvas
De antigos caminhos.

Sou flor do cerrado,
Canção brotando em olhos d'água,
Simplicidade matando a sede.
Sou poeira de estrada
Esperando chuva.

Sou o mistério da noite escura, 
O grito dos que não podem gritar.
Sou o desespero de uma prece,
A calma de um agradecimento,
Sou negro, índio e branco,
Sou filho de Minas Gerais.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 21 de novembro de 2015
Abraço!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Como o vento

Como o vento

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Trouxestes nos olhos uma adaga,
Fria como límpidas águas de um rio.
Tudo disseste apesar de calada,
Pois, tens magia em teus lábios macios.

Trouxeste sonho com teu riso malicioso,
Volúpia em teu corpo lindo e febril,
O calor de um vinho num dia chuvoso,
O doce pecado de tua dança feminil.

Vieste tão rápido que me deste medo,
Medo de deixar que entrasses em meu segredo,
Dominasses minha fortaleza de aço,

Me fizesses teu servo, teu amante,
Depois partisses para muito longe,
Deixando apenas saudade do teu abraço.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de julho de 2000
Abraço!

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Apocalipse

Apocalipse

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Tempestade em fúria, meu coração descompassa
Neste estranho amor que não passa,
Disfarça,

Finge que te esqueceu,
Que te perdeu,
Morreu.

No espelho o homem sorri, dolente,
Do poeta, do sonho inocente,
E, então, silente,

Foge, ocultando seus olhos vermelhos,
Como se fora algum segredo
Seu exótico medo

De saber-se menino,
De não saber seu destino.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 23 de janeiro de 2001
Abraço!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sina inevitável

Sina inevitável

    Foto: Daniel Carvalho Gonçalves



Ai, que num mundo agreste e indolente,
Onde a desventura é fado constante,
Se versejam, irônicas, rimas de amor.

Ali, por entre pedras e entre espinhos,
No inferno que orleava um caminho,
Nasceu, viçosa e sonhadora, uma flor.

Breve se fez tarde, o seu primo arrebol,
E em sua inocência, abraçou o sol,
Admirada e reverente: - "és tão gaio!"

Veio a noite tépida, de brisa mansa, 
E ela sonhou, repleta de esperança, 
Com seu galante amado, febo doirado.

Assim, despertou, cálida e poética,
Sem conhecer a sua sina patética,
Pois, ao fim do dia, jazia exânime.

Ora, a perfídia do destino quis que
Seu amado fosse também seu carrasco,
E ela morreu, sentida, por seu amor impossível.


Danile Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de janeiro de 1995
Abraço!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poesia de mulher

Poesia de mulher

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Comparei-te a um raio de luz
Numa gota de orvalho em pétala de flor,
Pois, teu olhar, menina, seduz,
Aquece, arde em mim qual febril fervor.

Calei-me, profano e reverente.
Com o coração te fazia um poema,
E, com malícia, fazia-me de inocente,
Desejando teus encantos de fêmea.

Mas o amor é um rio sem nexo:
Foge do oceano e do seu amplexo.
Não resistindo, se entrega de corpo e alma.

O amor é a poesia de te poetizar menina
E te querer mulher, síntese feminina
No coração de quem, de amor, se desarma.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de julho de 1999
Abraço!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Incontrolável

Incontrolável


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Não me agrada a metria.
Sou sentimento,
Tempestade, não a rocha fria,
Inexplicável alento.

Sou fogo solto na mata,
Sou água matando a sede.
Meu poema é mesa farta
De dores e amores numa mesma rede.

A metria limita,
Prende, escraviza,
Algema, irrita,
Doma e banaliza.

Sentimento é rio caudaloso,
É mar em dia de tormenta,
Não pode ser contido,
Medido.
Um poema são palavras brincando gostoso,
Como magia que se alimenta
Da liberdade de um destino imprevisto.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de setembro de 2015
Abraço!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Soneto de contraste

Soneto de contraste

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Existe uma canção no seu sorriso,
Uma harmonia que encanta, entontece,
Me faz acreditar que o paraíso
Tão sonhado, ao seu lado, acontece.

Existe, em sua malícia, uma serpente,
Seduzindo com promessas de sabores,
De fruta exótica, de beijos quentes,
De pele nua, de insondáveis amores.

Como pode a serpe ser também um anjo,
E esconder mistérios em seu doce arranjo,
E dominar tanto a alma do poeta,

Que, para ele, estar nessa prisão,
E não ser sequer dono do seu coração,
É razão para viver em festa?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de setembro de 2015
Abraço!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Do alfa ao ômega

Do alfa ao ômega

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Esta poesia que agora tens diante dos olhos
Não são tão somente rimas a brincar no meu pensamento,
É uma verdade intensa demais para ser negada,
É o âmago de minha alma, força do meu sentimento,

É febre em minhas veias, louca, queimando em meu sangue,
Aquecendo meu corpo e transpirando em cada poro
A dependência cada vez maior da mulher amada,
É a ternura no riso dessa deusa que eu adoro.

Ah, mulher! Essa poesia não existiria sem ti,
Como sem ti, também não pulsaria vida em mim.
Este poema é um plágio imperfeito, reflexo

Apenas de cada sorriso estampado em teu rosto,
De cada gesto, cada palavra, sentimento exposto
Em teus olhos. Desculpe, só tenho estes versos sem nexo!


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de agosto de 1996
Abraço!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A torre

A torre


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Vi que tu invadias meus poemas
Como se fosses malicioso vento,
Como se fosses mística fêmea,
Domando meu agreste sentimento.

Vi que vencias meu valente escudo
Como se fosses uma cheia de rio,
Indomável, subjugando tudo,
Fúria de tempestade em pleno cio.

Nada fiz, exceto ter medo.
Me entreguei, te doei meus segredos,
Nem sequer ofereci resistência,

Pois, te amar é não me pertencer,
É, vencido, ser feliz por perder,
É desejar-te com a força de minha inocência.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 27 de setembro de 1999
Abraço!

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Fidelidade

Fidelidade


    Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Olhar-me no mais fiel espelho
E mirar meu pior inimigo,
Revelar meu maior segredo,
Sem conhecer a face do perigo.

A personalidade é inexplicável:
É fogo, jogo, febre e pecado;
É santidade, inocência, amável
Tirana blefando seu próprio fado.

Olhar-me e sair vitorioso,
Aceitar-me como sou, imperfeito,
Sabendo que o homem poderoso
É aquele que vence seus defeitos.

Mirar toda a minha fragilidade,
Meu pranto, meu riso, meu dom qualquer,
Acima de tudo, minha verdade
De ser enamorado de tu, mulher.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 12 de março de 2000
Abraço!





quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Do fundo do coração

Do fundo do coração


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Que soprasse a mais frígida e cruel tempestade
E levasse, indiferente, minhas poesias,
Se elas não rimassem, simples, tanta felicidade,
Se não contassem sobre o amor com tanta magia.

Que murchassem os meus versos como flores no deserto
Se algum dia eu te esquecesse (coisa impossível!),
Não precisasse do teu beijo, não te quisesse perto,
Não fosses tu essa deusa que faz o sonho possível.

Que essas palavras calassem se não fossem verdade,
Se meu sentimento não gritasse tanto por teu nome,
Se minha alma não te esperasse com tanta saudade,
Se meu corpo não te desejasse com afã, com fome

Do teu contato, com sede do teu beijo, com loucura.
Que este poema parca a rima mas não a candura!


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 26 de novembro de 1996
Abraço!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Sem você ao meu lado

Sem você ao meu lado


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Nesta noite, enquanto dormia ao meu lado,
Eu fiquei pensando como seria viver sem você.
Bem sei, não haveria em meu corpo pecado
Tão santo quanto o de lhe dar prazer.

Vi minha alma metálica, metódica e fria,
Sem sua luz, dilacerando ao poeta;
Ignoto à melodia, roubando sua inocente alegria,
O homem primitivo fazendo festa

Ao saber-se incapaz duma lágrima sequer.
Vi meu mundo sem magia, sem ternura,
Sem a delicadeza do seu toque de mulher,
Vi meu riso se perder nesta loucura.

Vi meu ego inventando cálidas paixões,
Sem o poder de amar a mais ninguém;
Vi meu mundo vazio, sem nenhuma das emoções
Que aprendi e vivi ao lado do meu bem.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em17 de abril de 1998
Abraço!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Sementes

Sementes


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Trago sementes do bem.
Deixo-as espalhadas
Pelo caminho por onde ando.
Não espero colher,
Mas quero que sejam colhidas
Por quem me acompanhar.

Trago abraços carinhosos
Para doar a quem precise,
Para proteger e aquecer
Os corações dos que compreendem
O amor em sua plenitude,
Para que juntos possamos mostrar
Que ainda existe esperança.

Trago beijos fraternos,
Silentes e verdadeiros,
Gestos que fazem as palavras
Desnecessárias,
Porque são símbolo de abrigo,
De doação,
De bem-querer.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 01 de agosto de 2015
Abraço!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

À diva musa

À diva musa


  Foto: daniel Carvalho Gonçalves


Não poderia ser outra
A ser amada tanto assim,
Sem mistério,
Sem posse,
Apenas amada
Com toda a pureza de alma.

Não poderia ser outra
A viver e estar comigo
Em cada passo,
Em cada dia,
A partir do dia
Em que nos conhecemos.

Este poema breve e frágil,
Mas um signo para a eternidade,
Não poderia ter outra musa
Nem poderia ser de outra.
Esse sentimento
Maior do que meu corpo
Não poderia ser de outra
Senão da mulher que amo.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 01 de agosto de 2015
Abraço!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Marionete

Marionete

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Minha caneta derrama lágrimas
Poéticas em ingênuas folhas de papel,
Pranto que o homem oculta, lástima
Silente no desprazer de um amargo mel.

Paradoxo, ela vibra de alegria,
Diva, em seu caminho sentimento adentro,
Pois, seu rastro é minha nua poesia,
Meu eu oculto nas roupas levadas pelo vento.

Minha caneta me assume como sou,
Chora por mim, conta por onde vou,
Me expõe forte e frágil, infante e másculo,

Ri de minha aspiração de ser um deus,
Chora ao traduzir o deus num plebeu,
Aplaude (tão eu!) o meu rude espetáculo!


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de junho de 1999
Abraço!

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Elegíada II

Elegíada II


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Tantas vezes vos perguntei, ó Deus,
Por que são tão breves os vossos filhos,
E tão enigmáticos os caminhos seus.
Nenhuma resposta a este vosso filho.

Por que roubar, num átimo, o sonho de alguém?
Por que fazer-nos sentir o gosto duma lágrima?
Por que nos tirar tão precioso bem,
A vida, difícil, mas talvez por isso, tão mágica?

Não creio que a morte seja coisa do destino,
Talvez uma desventura do acaso.
O fato é que não aceito, não atino,
Com a inexistência, com esse trágico ocaso.

Nos resta esperar que haja um mundo melhor
Nessa vida para onde vão as pessoas que amamos,
Pois, o adeus não existe, quem sabe um instante de dor,
Um "até logo" para aqueles que abraçamos.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 01 de fevereiro de 1998
Abraço!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Nefando limite

Nefando limite

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Se pudesses revirar meu pensamento,
O silêncio de minha alma, cada poro,
Cada desejo, cada gota do meu alento,
Talvez soubesses o quanto te adoro
E não sei dizer, meu divino tormento!

Palavras vão e vêm, são frias
Demais para traduzir um sentimento
Que faz o poeta vibrar de alegria,
Como uma delgada folha ao vento,
Frenética em sua louca poesia.

O amor em mim tem o calor de um sol,
O bizarro poder de uma tempestade,
A áurea simplicidade de um girassol,
O diáfano, inegável, condão da verdade,
O mágico mistério de um novo arrebol.

Quem assim ama, vive a eternidade,
Pois, cada instante ao teu lado
Tem, de uma jóia, a preciosidade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 07 de dezembro de 1998
Abraço!

domingo, 5 de julho de 2015

Quando o amor é real

Quando o amor é real

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Quando se ama uma mulher, de verdade,
O coração é fúria de tempestade,
Indomável a carinhos que não sejam os seus.

O corpo é uma terna chama ardente,
Inapagável qual sonho na alma doente,
Devoto ante o estentóreo de um deus,

O deus do amor que pulsa por essa mulher
De divina essência, de sutil poder,
Capaz de domar a fera e o poeta.

Quando se ama uma mulher, não importa
O sonho oculto do outro lado da porta,
Nem de outro alguém o sabor de promessas.

Quando se ama, se quer a felicidade,
O riso, se quer doar de alma e corpo,
Quer ter o momento e a eternidade.
Não importa a batalha nem o esforço
Quando se ama uma mulher, de verdade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 06 de novembro de 1996
Abraço!

domingo, 7 de junho de 2015

Falsa incógnita

Falsa incógnita

    Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Que força é essa que explode, silente,
Em meu coração quando tu estás ausente?
Que força é essa que expõe o meu medo

De te perder, e me faz tão dependente?
Por que ela fulge assim, tão loucamente,
E arranca do meu amor quaisquer segredos?

Que força é essa que grita e que chora,
Que chama teu nome pela noite afora,
Que te faz uma deusa, razão da minha fé?

Que força é essa que mexe com meu corpo,
Fecunda meu desejo de tocar teu corpo
Cálido, tua pele nua de mulher?

Deus! O que vibra com tanta intensidade?
Bem sei que essa força se chama saudade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 18 de maio de 1997
Abraço!

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Um grande amor

Um grande amor

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Um grande amor, ora!, um grande amor
É aquele capaz de me arrancar o pudor
E me fazer o mortal mais ousado.

Um grande amor é o amargo mel duma lágrima,
O doce fel de se aprender uma mágica,
Um mal ou bem que tanto quero ao meu lado.

Um grande amor é a loucura duma saudade,
A poesia de quem extravasa felicidade,
Fazendo do homem um exótico infante.

Amar assim é negar o céu ou inferno
E acreditar que o ser amado é eterno,
Como se fosse deus por um instante.

Um grande amor é canção de diva ternura,
É raio de luz em madrugada escura,
A profundidade desta minha jura:
Este amor além da morte perdura.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de janeiro de 1998
Abraço!

sábado, 9 de maio de 2015

MÃE

MÃE

  Foto: Daniel Carvaçlho Gonçalves


Ouves, mãe, teu encantado poema,
Quando, mulher, te olhas no espelho?
Vês a magia de uma noite morena
Em teus olhos, tão divino segredo?

Acaso explicas teu amor imenso,
O dom único de gerar a vida,
Como uma deusa de brilho intenso?
Acaso te vês, flor, tão querida?

És construtora de mundos e sonhos,
Guerreira, rocha, anjo bisonho,
Uma deslumbrante melodia.

Não há poema que te faça entender,
Quando tudo o que resta é agradecer
E declamar, orgulhoso, tua inata poesia.


Daniel Carvalho Gonçalves
escrito em 05 de maio de 2010
Abraço!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ab imo pectore

Ab imo pectore

     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Borboleteava pelo tempo, sem destino,
Qual fosse uma áurea folha de outono,
Um tolo talvez, desprotegido menino
Ante o orgulho de seu próprio sonho.

Mas, eis, nesse caminho, a mais doce ventura!
Na orla mais agreste, olhos de sol
A iluminarem, gentis, a mais bela criatura,
A mulher que deu ao meu sonho a cor do arrebol!

Eu, que de amor nada entendia,
descobri, então, o dom da poesia
E a eternidade de uma sentimento.

Eu, que só em puro desdém sorria,
Tenho hoje o encanto duma melodia
E um amor que durará além do tempo.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 22 de novembro de 1998
Abraço!