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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Caminhos

Caminhos

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Entristecido e perdido em mim mesmo
Divaguei sozinho, rumo a qualquer lugar.
Era como se eu tentasse me encontrar.

Trocaria eu lágrimas por um sorriso
Se encontrasse, acaso, o paraíso?
Ora, seria o Édem o suficiente
Para dar sentido à minha alma carente?
Ah! Um novo sonho se fazi preciso.

Chorei como se fosse ainda menino,
Abracei a mim mesmo como se pudesse
Fugir deste sentimento frio, ferino,
Que a vida quis me impor - esta solidão.

Devaneando, parei a sentir o vento, 
E perdi, distraído a noção do tempo.
Fiquei ali, tolo, à beira do caminho,
Na breve expectativa de um carinho.
Então, desesperado, gritei sem alento,
Numa prece dolente a alguém, sozinho.

Então, brilhou a luz do fundo de um olhar, 
Encantadora como as vagas de um mar,
Revelando a doce magia de mulher
Que sabe, sutil e gentil, tudo o que quer.

Como um sonho, a sua pele serena
Se misturava, doce, à noite morena,
Pele de deusa, meiga flor de açucena.

De seus lábios fugiu uma doce canção
Que trazia o amor numa louca razão.
(Pode-se ignorar tão maravilhoso som?)
Eu me perdi no tom do seu vermelho batom
E deixei reviver no meu peito a paixão.

Num átimo, explodi de felicidade,
Como quem encontra a própria verdade!

Hoje, poesia no meu peito inflama,
E amo, constante, àquela que me ama;
E deixo, neste poema a certeza
De que lhe amarei pela eternidade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 24 de junho de 1994
Abraço!

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