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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ars longa vita brevis est (II)

Ars longa vita brevis est (II)


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


De escrever versos belos, sem fim,
Não se cansaria o poeta,
Nem de olhar, admirado, enfim,
Teus olhos que sonhos lhe emprestam.

Ah! Mesmo que passasse o tempo
Como folha ao sabor do vento,
E dele roubasse a mocidade,
Ainda assim, em todo momento,
Serias tu a felicidade.

Mesmo que a vida lhe negasse
Tudo, a sua razão de viver,
Não importa o que ele passasse, 
Ainda, creia, serias tu, deusa.

Apenas não peça para te esquecer,
Pois, isso seria tal qual morrer,
Faria fútil a poesia,
Sua fé iria emurchecer
Qual nunca tivesse melodia.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 09 de setembro de 1995
Abraço!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Nossos enigmas

Nossos enigmas


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


No trilho do tempo caminhamos,
Andarilhos semelhantes,
Mas, não exatamente iguais.

Cada um carrega seu sonho.
Alguns são nobres
E outros, pobres.

Todos caem as vezes,
Indiferente se são frágeis ou fortes.

Todos sorriem,
Alguns de verdade,
Outros, por fingimento.

Todos choram pelo menos uma vez,
Porque todos amam um dia,
E o amor muitas vezes fere.

Alguns matam,
Outros morrem,
E ainda outros observam da distância
De sua indiferença.

Somos apenas humanos.
Caminhamos lado a lado
E não nos conhecemos.

Somos tão semelhantes,
Mas nunca exatamente iguais.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 31 de maio de 1992
Abraço!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Penso em você

Penso em você

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Sempre que eu pensar em você
(De fato, não sei te esquecer),
Quero recordar-lhe qual flor,

Bela e airosa, perfumada e mulher,
Que não se define uma musa qualquer,
Trazendo em cada pétala a luz do amor.

Lembro de você como a mais linda das canções,
Aquela que o tempo não furta de nossos corações,
Que cria a eternidade de um instante,

Que dá a este poeta uma razão de viver
( O que fazer se meu hálito de vida vem de você?).
Ah, lembrar de você é uma constante!

Lembro de você com tanta saudade
Que até parece que está distante.

E lhe espero como se espera um sonho,
Com ternura infantil, rosto risonho,
E o coração enlouquecido e pulsante.

Penso em você como a musa perfeita
Que me rouba a rima, tão perfeita
Em seu sorriso, sorriso de anjo, de menina.

Penso em você a cada verso desta poesia,
Trazendo em seus gestos tanta magia,
E em seus olhos a malícia feminina.

Lembro de você qual noite de luar,
Qual pássaro a voar, 
Mágica e romântica, livre e displicente.

Lembro de você qual chama ardente
Que me enlouquece, me faz impudente,
Fazendo-me seu simplesmente.

Lembro de você como meu mundo,
Como se fosse ( e é) a vida.
Lembro de você porque lhe amo
E lhe amarei até que não haja mais vida,
Até que não queira viver em meu sonho,
Até que a razão esteja perdida,
Eu sempre pensarei em você.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de março de 1995
Abraço!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Alguém igual a ninguém

Alguém igual a ninguém


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Era ele apenas um menino,
Sozinho, sem referência maternal,
Paternal, ora! , sequer um parente.
Dolente e, assim mesmo, tão forte.

Maltrapilho, sujo e ignorado,
Maltratado por puro preconceito,
Desfeitos seus sonhos de felícia -
Malícia de seus espectadores.

Matar a fome exigia roubar.
Lar, se teve, ninguém sabia dizer.
Viver, para ele, era uma luta,
Labuta solitária dum herói.

Não tinha amigos com quem brincar.
Chorar já não sabia, esquecera.

Desaparecera ele um dia.
Fazia frio e ele na rua - 
nua verdade que ninguém se importou.
Restou vaga lembrança anônima.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 23 de março de 1995
Abraço!