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sexta-feira, 10 de abril de 2020

ÍMPAR

ÍMPAR

     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Quem há de compreender o poeta
Quando por trás do seu pequeno orbe,
Bem mais fundo, além
Da serenidade do olhar,
Lá onde a solidão se acovarda,
A alma grita e se contorce
De dor ou de gozo,
Fazendo da brevidade de um momento,
A eterna jura de seu amante coração?

Quem há de compreender
Esse amor tão fora de moda,
Tão abstrato e tão concreto,
Essa dedicação,
Quase um culto,
À mulher amada?

Quem há de compreender
As suas saudades,
Se cada verso seu parece
Retratar o sentimento alheio?

Quem há de compreender o poeta
Quando seu amor parece gigante
Para ser verdadeiro,
Quando seus versos parecem loucura,
Quando é mais fácil chamá-lo
De tolo ou sonhador?
Quem há de perdoar o poeta
Que vive em cada um de nós?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de março de 2020
Abraço!

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