Alguém igual a ninguém
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Era ele apenas um menino,
Sozinho, sem referência maternal,
Paternal, ora! , sequer um parente.
Dolente e, assim mesmo, tão forte.
Maltrapilho, sujo e ignorado,
Maltratado por puro preconceito,
Desfeitos seus sonhos de felícia -
Malícia de seus espectadores.
Matar a fome exigia roubar.
Lar, se teve, ninguém sabia dizer.
Viver, para ele, era uma luta,
Labuta solitária dum herói.
Não tinha amigos com quem brincar.
Chorar já não sabia, esquecera.
Desaparecera ele um dia.
Fazia frio e ele na rua -
nua verdade que ninguém se importou.
Restou vaga lembrança anônima.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 23 de março de 1995
Abraço!
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