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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Soledade

Soledade


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Nessas intermináveis horas mortas,
Preso na escura solidão do meu quarto,
Veio a saudade bater à minha porta,
Dorida como se fora venenoso dardo.

Quisera enganar o meu sentimento,
Fingir que não amo com tanta loucura,
Inventar um qualquer pensamento - 
Eis que não posso roubar do mel a doçura!

Não sentir saudade é renegar a mim mesmo,
É cruzar o deserto, endoidecido, a esmo,
É mendigar verdadeira felícia.

Ah! Essa musa divina e estranha,
Que nasce do parto de paixão tamanha,
Tão sem nexo: útero de dor e delícia.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 25 de julho de 2000
Abraço!

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