Soledade
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Nessas intermináveis horas mortas,
Preso na escura solidão do meu quarto,
Veio a saudade bater à minha porta,
Dorida como se fora venenoso dardo.
Quisera enganar o meu sentimento,
Fingir que não amo com tanta loucura,
Inventar um qualquer pensamento -
Eis que não posso roubar do mel a doçura!
Não sentir saudade é renegar a mim mesmo,
É cruzar o deserto, endoidecido, a esmo,
É mendigar verdadeira felícia.
Ah! Essa musa divina e estranha,
Que nasce do parto de paixão tamanha,
Tão sem nexo: útero de dor e delícia.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 25 de julho de 2000
Abraço!
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