Sina inevitável
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Ai, que num mundo agreste e indolente,
Onde a desventura é fado constante,
Se versejam, irônicas, rimas de amor.
Ali, por entre pedras e entre espinhos,
No inferno que orleava um caminho,
Nasceu, viçosa e sonhadora, uma flor.
Breve se fez tarde, o seu primo arrebol,
E em sua inocência, abraçou o sol,
Admirada e reverente: - "és tão gaio!"
Veio a noite tépida, de brisa mansa,
E ela sonhou, repleta de esperança,
Com seu galante amado, febo doirado.
Assim, despertou, cálida e poética,
Sem conhecer a sua sina patética,
Pois, ao fim do dia, jazia exânime.
Ora, a perfídia do destino quis que
Seu amado fosse também seu carrasco,
E ela morreu, sentida, por seu amor impossível.
Danile Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de janeiro de 1995
Abraço!
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