Marionete
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Minha caneta derrama lágrimas
Poéticas em ingênuas folhas de papel,
Pranto que o homem oculta, lástima
Silente no desprazer de um amargo mel.
Paradoxo, ela vibra de alegria,
Diva, em seu caminho sentimento adentro,
Pois, seu rastro é minha nua poesia,
Meu eu oculto nas roupas levadas pelo vento.
Minha caneta me assume como sou,
Chora por mim, conta por onde vou,
Me expõe forte e frágil, infante e másculo,
Ri de minha aspiração de ser um deus,
Chora ao traduzir o deus num plebeu,
Aplaude (tão eu!) o meu rude espetáculo!
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de junho de 1999
Abraço!
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