Metamorfoseando
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Divaguei, furiosa vaga no coração duma tormenta,
Estentóreo vociferar ecoando num labirinto,
Ousado e indígete, desafiando os meus limites,
Como se quisesse (quisera) tocar, louco, o infinito.
Quisera ocultar de mim mesmo a minha fragilidade.
Tolo! Um poeta não pode esconder seus sentimentos,
Nem confundir tão débil cativeiro com vera liberdade.
Aspirei a calma dum romance, era esse meu alento.
Um dia te conheci, raio de luar em noite escura,
Orvalho poético, sublime, em meu agreste encanto,
Flor-mulher a espalhar, no vento, pólen de diva ternura,
Domando a fera como se tivesses o condão de anjo.
Me descobri te amando como nunca amara alguém.
Renasci sem pudor de ser poeta, sem medo de me entregar,
Desejei teu beijo como se fosse o mais precioso bem,
Busquei teu abraço como se fosse um ninho a me abrigar.
Hoje, esse amor é maior do que os meus impulsos de aventura,
Algo além da fé em mim mesmo. Ah, já não tenho mais cura,
Sou dependente de cada carinho teu, de cada sorriso,
De cada gesto, pois, tu és a vida que pulsa em meu sangue,
És mulher capaz de fazer inesquecível qualquer instante,
E eu, apenas um poeta que encontrou o paraíso.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de julho de 1997
Abraço!
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