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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pleonasmo

     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Vejo em você o princípio de tudo,
A descoberta, nos olhos o encontro,
Essa magia que me faz mudo,
Medo da brevidade dum desencontro.

Vejo, de repente, meus olhos brilhando,
E, como se te amar fosse pouco,
Tão menino, te adorando.
Ah, quantas vezes me chamam de louco!

Meus lábios se comprimem, impacientes,
Na sede ansiosa por seu beijo,
Na fome por seu abraço quente,
Me queimando por dentro num febril desejo.

Minhas mãos ainda tremem, infantes,
Ao despir seu corpo, ao beijar-lhe os seios,
Ao molhar-lhe o sexo, errantes,
Cio sem nexo de fins e meios.

Se ora as palavras não têm valor,
Ouvir seu gemido é pura poesia,
É sentir na carne o gozo do amor.
É música nossos corpos em sintonia.

Então, o céu envolve nosso fogo,
E me delicio, anjo, com seu orgasmo,
Vencemos os dois esse enlouquecido jogo.
Fica o silêncio, o amor e esse pleonasmo.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 12 de agosto de 2001
Abraço!

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