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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Entre o anjo e a serpente


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Venho de plantar palavras
E colher sentimento,
De traçar a minha estrada
E , poeta, caçar alento.

Venho de inventar rimas,
De provocar riso e pranto,
De abraçar a magia feminina
E me embebedar com tanto encanto.

Venho de vaguear pelo deserto
Do meu mundo estranho,
Onde o errado se mescla ao certo,
Refletindo em meus olhos de sonho.

Venho de um templo perdido no tempo,
Do culto à tua fêmea divindade.
Venho do silêncio, do pensamento,
Do meu jeito sonhador de sentir saudade.

Venho da harmonia duma música lenta,
De sonhar abraçado, deliciosamente,
De sussurrar palavras, como quem inventa
Um jeito de dizer "te amo", suavemente.

Venho de me olhar no espelho,
De buscar minha própria verdade,
De não desvendar sequer meu segredo:
O por que deste fogo, desta intensidade.

Venho de uma memória triste,
Tentando sorrir em vibrante festa,
Qual fosse uma fênix que não desiste,
Sou anjo, serpente, apenas poeta.

Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 10 de julho de 2000
Abraço!

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