O homem nu
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Meus poemas me despem, silenciosos,
Expõem meus sonhos, meus segredos,
Revelam minha dor, qual tivessem gozo
De se apoderar de meus medos.
Meus poemas gritam que estou nu,
Ousadia de me deixar sem graça,
Perdido, sem norte nem sul,
Numa tarde qualquer de qualquer praça.
Insistem em contar dos meus amores,
Do meu pranto em noites silentes,
Como se fossem sátiros senhores
Da minh'alma enamorada e inocente.
Meus poemas me mostram como sou,
Sem drama nem cama, sem fantasia,
Um homem e seus defeitos, alguém que ousou
O amor que, de tão puro, virou magia.
Meus poemas são minha divina bênção
E minha mais ardorosa maldição.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 02 de janeiro de 2001
Abraço!
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