À lenda mais linda
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
De que sonho nasceste,
Tão flor?
De que inferno vieste
Com tanto ardor?
De que estrela
Arrancaste o sorriso,
Para que o poeta, ao vê-la,
Se aprisionasse nesse paraíso?
De que sagaz demônio
Roubaste a malícia,
Para mergulhar nesse sonho
De pura delícia?
De qual arcanjo ou querubim
Tomaste o olhar manhoso,
Para deixar o homem assim,
Louco por teu beijo gostoso?
De que divino segredo
Furtaste o dom da magia,
Para provocares medo
Em forma de poesia?
De que incerteza vieste,
Para fazer sorrir ou chorar?
Acaso, deusa, soubeste
Da estranha dor de te amar?
De que enlouquecido fogo
Arrancaste essa febre ardente,
Que nem a rogo
Remove esse desejo inconsequente?
De que delicioso vinho
Tomaste a loucura,
A ponto de fazer-me menino
Com tanta doçura?
Porventura sabes teu poder,
Que os homens são um brinquedo qualquer,
Que teu corpo faz o sangue ferver,
Acaso não sabes, serpe mulher?
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 11 de junho de 2001
Abraço!
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