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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Protesto


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


A poesia era o silêncio sagrado
Sangrando no vazio da insensibilidade,
Exângue inexistir de boleros e fados
Que, na alma do poeta, rimam saudade.

Sons incultos vibram sem compasso,
Poemas que profanam a magia do amor,
Víboras culturais criando laços
Que ferem a índole de um sonhador.

Quixote, me surpreendo sozinho,
Guerreando contra algo que não vejo,
Mas que me espreita ao longo do caminho.
Querem macular a inocência do desejo.

Sigo e seguirei sempre meu coração.
Pisarei sempre onde houver sentimento,
Espalhando meu riso e minha canção.
Às vezes, eu sei, chorarei por dentro,
Mas a poesia que ganhei por condão
Não vai morrer, vítima de qualquer veneno
Instilado pela efemeridade duma ilusão.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 19 de março de 2000
Abraço!

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