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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O homem sem disfarce


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Hás de rebuscar no porão de tua alma,
De entre a sombra ignorada
(talvez por despertar teu medo 
Inerte  e inato da verdade),
E encontrar os mesmos defeitos
Que insistes em apontar, e até condenar, nos outros.

Hás de perceber os mesmos vícios,
Os mesmos erros, as mesmas fragilidades,
Porque és humano como todos os outros.
Humano - és tão simplesmente humano,
E, talvez por isso, essa síntese de bem e mal,
De demônio e anjo.

Hás de vislumbrar, quem sabe deslumbrar,
No céu do teu íntimo,
Em meio à luz de teus sentimentos,
E perceber as mesmas virtudes
Que enciumas nos outros,
O mesmo altruísmo,
O mesmo amor,
O mesmo dom do perdão,
A mesma integridade,
Porque és tão humano quanto eles.

Hás de te olhar no espelho
E ver, além da imagem,
A tua própria verdade.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 10 de novembro de 1995
Abraço!

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