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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Inevitável metamorfose


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


A chuva era um pouco da tristeza
Que, em minh'alma, brincava de saudade.
Mas era também prólogo de quimera,
Prenúncio tolo de felicidade. 

Era um pouco da minha infância
Brincando, arteira, pela enxurrada.
Era o retrato de minha ânsia
Por sonhos que não levariam a nada.

Trouxe um pouco da adolescência,
Ah!, descobrindo os primeiros amores -
Os primos pecados da inocência.
Bem sei como nostalgio essas flores.

A chuva passou como passou o tempo,
Rápido qual um voo inconsequente,
Sem saber por que de tão breve momento,
Deixando homem e poeta silentes.

Havia uma lágrima em meu olhar,
Pranto que o menino não conhecera,
Ai!, e o homem quisera ignorar.
Onde estavam os sonhos que ele perdera?

Porém, só o homem amou uma mulher,
Só o poeta rimou os seus encantos
E sentiu mais do que um desejo qualquer.
Isso é poema, lágrima e canto.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 18 de dezembro de 1995
Abraço!

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