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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O espelho


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Ora! Esse soberbo desconhecido
Que me olha doutro lado do espelho
E me sorri, silente, enlouquecido,
Qual conhecesse todos os meus segredos.

Esse que tanto se parece comigo,
Também me parece muito diferente,
E esconde no olhar se é amigo,
Inimigo, ou, talvez, indiferente.

Esse estranho que brinca de ser forte
Zomba de mim, da minha fragilidade.
Um estranho que desafia a morte - 
Será que ele sabe o que é saudade?

Esse ego esquivo que nunca chora,
Tão mais robusto do que eu, porém, escravo
Do silêncio lúgubre de onde mora,
Sabe quem sou, quer me fazer de seu alvo,
Mas morre quando, do espelho, vou embora.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 09 de setembro de 1995
Abraço!

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