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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Prólogo de realidade


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Quando amanhecer em meu
Oculto orbe interior,
Esta magia tão indefinida;
Quando vier a luz;
Estarei nu à percepção alheia?

Ora! Serei eu como uma gota de orvalho
Que resvala, refrescante
E facilmente esquecida,
Ao acaso por uma filifolha,
Oh!, tão gentil?

Acaso serei potente e efêmero
Como um relampejar,
Estentóreo qual trovão,
Tão insignificante ante a ira divina?

Porventura, serei homem
Para assumir que sou frágil,
Pequeno e dependente,
Tolo e inconsequente,
Capaz de amar sem medidas?

Serei másculo o suficiente
Para demolir meu egoísmo inato,
Esquecer de mim mesmo,
E fazer algo objetivo
Pela felicidade de outros?

Quando me apontarem: "- olhem!",
O que verão?
Uma folha que vaga, perdida,
Ou um arbusto flexível,
Ambos ao sabor do mesmo vento?

Ora! Deixarei que a  minha luz
Reprima  minha escuridão,
Deixando evidentes meus medos,
Sonho e expectativas?

Que a alvorada venha à humanidade,
Inevitável e litigiosa,
Nos faça desnudos à verdade,
E nos ensine como deixar fluir,
De nós mesmos, o que, de bom,
Bate tão forte no peito.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 29 de fevereiro de 1995
Abraço!

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