O maior encanto da vida
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
O que mais encanta ao poeta não é o amanhecer,
Não, tampouco é o frio terno duma gota de orvalho
Ao resvalar, carinhosa, pelos olhos do alvorecer.
Ora!, encanto, mas encanto tanto que parece doer,
Não nasce do adejar absorto de uma borboleta,
Nem mesmo das flores que não sabem sua sina de sofrer.
Eis que não é só, de uma lágrima, a cumplicidade
Que fascina ao poeta (embora seja poesia),
Seja ela, não importa, de dor ou felicidade.
O que mais fascina ao poeta, ah!, não é o arrebol
Rubro e mágico que se desbota ao cair a noite,
Tampouco o afago indiferente do calor do sol.
O que mais encanta ao poeta é o riso da mulher
Amada, riso de anjo, coisa que ele não sabe rimar.
O que mais encanta é a malícia dessa mulher,
É o gingar do seu corpo como se tivesse magia,
É o desejo intenso, louco, de tocar seus lábios.
O que mais encanta ao poeta é essa melodia
Que nasce, divina, dos seus olhos, explicando o amor
Tal como nenhuma palavra conseguiria explicar.
Eis que essa mulher encanta com malícia e pudor,
Uma síntese fatal que ao poeta só faz encantar.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 13 de dezembro de 1995
Abraço!
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