Humanidade
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Eu sou o estentóreo de um trovão,
A silenciosa magia duma pétala de rosa,
A reflexão dos instantes de solidão,
O dom de perceber a vida tão maravilhosa.
Eu sou a enigmática sombra da noite,
A alegria abençoada do amanhecer,
Sou o perdão ou o meu algoz açoite,
O limite entre a morte e o sonho de viver.
Eu sou abusca, encontro e desencontro,
Sou o riso, a lágrima e o desencanto,
Sou a luta, a vontade, sede e fome.
Eu sou a chegada e o gesto de adeus,
O descaso e a crença cega em Deus,
Sou deus, sou nada, sou apenas homem.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 30 de janeiro de 2000
Abraço!