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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Obscuro

Obscuro


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Quem há de compreender o poeta?
Quem há de penetrar em sua solidão?
Quem há de curar suas chagas abertas,
Quando é indecifrável o seu coração?

Ser poeta é desdenhar da própria dor,
Chorar sozinho cada sonho perdido,
É amar sem jamais definir o amor,
Ousar quando tudo parece sem sentido.

Quem há de perdoar seus tolos pecados,
Quando é mais fácil chamá-lo de louco?
Quem há de condenar o seu passado
Se, do santo ao profano, foi de tudo um pouco?

Ser poeta é andar por onde ninguém andou,
É amar suas musas como nenhum homem amou,
É desejar o bem em seu mundo imperfeito.

Ser poeta, às vezes, é resumir-se silente,
Em meio a uma festa, fazer-se ausente,
Sonhando o amor em seu domínio perfeito.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 22 de janeiro de 2001
Abraço!

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