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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Onde nasce a poesia

Onde nasce a poesia


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Esta poesia caiu com a chuva, suavemente,
Deslizou pelo meu coração, sussurrando teu nome,
Frágil, carente como feto no útero da saudade.

Como se tivesse índole própria, falou do amor
Do poeta por ti, tão inconsequente. Sem nenhum pudor,
Rimou encanto e volúpia com naturalidade.

Se encabulou com a serenidade do teu sorriso,
Se embebedou com a sensual magia do teu corpo,
E brincou, infante, de desejo. Oh! Pobre poesia!

Deixou-se inspirar, dependente, por tua cor morena,
Apaixonou-se por teu perfume sutil de açucena,
Te fez deusa como se tivesse condão de melodia.

Foi lágrima em meus olhos, sentida dor de ausência.
Foi riso em meus lábios, prenúncio de demência.
Me entregou para ti de corpo, alma e coração.

Acaso pode a poesia nascer sem minha razão?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 23 de janeiro de 1995
Abraço!

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