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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Soneto de interação

Soneto de interação


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Neste crepuscular instante,
Num semi-lume vindo da janela,
Inerte vulto, meu violão amante,
Luz, silente, sem acorde nem trela.

Sem minhas mãos ele não canta,
Mudo, reles fagulha de encanto.
Só minha alma lírica se encanta,
Até se espanta, neste acalanto:

"O silêncio é útero da canção,
Cada acorde o dom do parto."
Dedilho cada nota no meu coração

Como se iluminasse meu quarto,
E arranco-o de sua solidão,
Doando-lhe sentimento farto.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 01 de outubro de 1999
Abraço!

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