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terça-feira, 4 de junho de 2013

Arcanos do destino

Arcanos do destino


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Existiam três deusas em meu orbe enigmático,
Três mulheres, três incógnitas, em nada parecidas.
A primeira tinha riso infantil, meio mágico,
Doce como a primeva inocência perdida.

Decidi chamá-la Fulana, fazer dela segredo.
A segunda sabia como ninguém ser provocante,
Intenso fogo, febril, a queimar, despertando medo
De me entregar e perder seu amor tão inconstante.

Chamei-a Sicrana - o meu mistério poético.
A terceira era, de todas elas, a mais previsível,
Um anjo talvez, a cura para meus sonhos feridos - 
Beltrana. Ter o amor das três não seria possível.

Eis a razão das incógnitas: apenas indecisão,
Medo de fazer a opção errada. Me vi perdido.
Enquanto ali parado à sombra do meu coração
Percebi o quanto eram sutis as mãos do destino.

Num átimo, como o sol numa madrugada fria,
Descompassando meu coração, ensinando o amor,
Apagando as incógnitas, apareceu Maria, 
Sem segredos, dando ao meu sonho sentido e sabor.

Maria - a primeira, única, rima sem disfarce,
Eterna musa, diva mulher, que eu sempre amarei.
Maria - a razão deste sorriso em minha face,
Riso de felicidade, o amor que tanto sonhei.

Maria - um pouco de anjo e um pouco de fera.
Maria - uma flor no útero de minha quimera.
Maria - um resumo, ora!, de tudo o que eu quero.

Ei-la, portanto, flama a queimar, tão inexorável,
Em minha vida. Bem sei, essa mulher tão adorável
É a razão (por destino) deste meu amor sincero.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 15 de agosto de 1996
Abraço!

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