Antelóquio do belo
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Há que se cuidar, reverente, o poeta,
Que a tola estética de um poema
Não transmite sua beleza verdadeira.
Há que compreender que o vero encanto
De seus versos, às vezes deixado num canto,
Não são palavras casuais, quase soberbas,
Que sobejam num rio técnico e fútil,
Deixando em seu rastro um verso inútil,
Caudaloso e belo, falsamente belo.
Há que deslumbrar com todo o sentimento
A lhe fulgir na alma, esquecer do tempo,
Ao admirar a formosura do castelo
Poético, airoso, da alma humana,
Do sorriso doce nos olhos de quem ama,
Da cumplicidade simples do seu abraço.
Há que se cuidar que o verdadeiro poema
É um sentimento fluente qual regato.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de agosto de 1996
Abraço!
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