Naufrágio
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Navego, veleiro poético, em meu destino,
Pelas ondas misteriosas do teu mar.
Todo veleiro é barco de papel, menino,
Que ao teus encantos se deixa levar.
És, de todas, a tempestade mais bravia,
E, no entanto, o mais risonho sol,
Porque tens em ti a mais pura poesia,
O rubro silêncio lapidado dum arrebol.
Eis que meu corpo parece bailar
Ante tão ardente, deliciosa, brisa
Que o teu perfume espalha no ar.
Pareces um desdenhoso signo que avisa:
- " Não brinques com fogo. podes te queimar."
E me queimo e me afogo em tua tez alva e lisa.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 30 de agosto de 1999
Abraço!
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