Reverência
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Quisera o aconchego de um ninho
Em cada palavra de meus poemas,
Ou, quem sabe, a delícia de um vinho
Para rimar toda a tua magia de fêmea.
Quisera em meus olhos, da noite, a malícia;
Talvez, também, a inocência da primavera.
Quisera reportar-te toda a felícia
De minh'alma infante ao fazer-te quimera.
Tens o dom de roubar minhas palavras,
Silenciando minha poética, tua escrava,
Fazendo renascer em mim um menino.
Mas és, também, desejo, sede e fome,
Fazendo-me indígete, ousado, homem,
Paradoxo de te amar com tanto carinho.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 31 de janeiro de 2000
Abraço!
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