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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Um poeta diante do espelho

Um poeta diante do espelho


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Detém-te, silencioso e reverente, ó poeta,
Pois, tens apenas palavras, e, ora, palavras nada são
Para descrever tua alma infante, fazendo festa
Ao simples sorriso da mulher que encanta teu coração;
Palavras não são nada para contar daquela que empresta
Magia ao sonho, sublimando, divina, qualquer canção.

Detém teus míseros versos como se fossem pecado,
Tuas rimas, tantas, como se fossem técnica profana,
Pois, não são apropriados à mulher que tens ao teu lado,
Excelsa deusa, mais elevada do que qualquer poema.

Ama apenas. Ah! O amor não exige explicação.
De fato, diz, pode um qualquer mortal definir o amor?
Como ousas tu, que trazes nos olhos uma interrogação?
Ah! Teu pecado tem perdão, pois, és somente um sonhador.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 24 de fevereiro de 1997
Abraço!

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