Perfídia
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Pode alguém, de direito, privar-nos de nossos sonhos?
Acaso um deus, em nome de um estandarte qualquer?
Não é, porventura, perfídia dum fado bisonho
Ofertar o que, por sua imposição, não pode ser?
Pode alguém compensar as lágrimas inevitáveis
Que reprimem o riso da expectativa anterior?
São felícia e esperança assim tão mutáveis?
Por que somos tão frágeis, tão ínfimos no interior?
Eis que não controlamos o nosso próprio destino.
Somos expectadores do melhor, quem sabe, meninos
Perplexos ante o colosso indeterminado da vida.
Nós somos heróis lutando contra o desconhecido,
Somos brinquedos do acaso ou pássaros feridos,
Somos loucos lutando, frágeis, pela própria vida.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 24 de novembro de 1995
Abraço!
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