Quem há de explicar o amor?
Foto: Daniel carvalho Gonçalves
Ai, que estranho orbe é o amor!
Ás vezes, uma quieta manhã de inverno,
Onde se cala a mais intensa dor;
Quem sabe também um cálido inferno,
Numa festiva e profana explosão de cor.
É tão forte ao calar-se, contido, no peito,
E tão frágil ao gritar seu próprio pranto,
E, imperfeito, refletir-se tão perfeito.
É uma poema solto, louco, num qualquer canto,
Sonoro e musical na pauta que tem por leito.
O amor é tão óbvio em seus segredos,
Tão símplice em sua complexidade,
ousado e indígete em seus medos,
Prisioneiro de sua doce liberdade.
O infinito amor, o amor imortal,
Também, e só assim, a morte conhece.
O que ficam são poemas num sonho mortal,
A fé de que a eternidade acontece
Para quem ousa amar de forma sem igual
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 16 de setembro de 1998
Abraço!