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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Donos de nada

Donos de nada


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


O destino sempre nos surpreende numa curva,
Como se fora um ladrão em noite escura,
Como, num dia de verão, a chuva

Que cai de repente, imprevisível,
Formando uma enxurrada intransponível
Entre a lógica e o sentimento impossível.

Ah! , é um jogo com cartas marcadas,
De intenções mascaradas,
Onde nós somos as cartas.

É a indecisão entre o mal ou bem,
O desconhecer o errado ou certo,
Que nos faz vítimas deste desdém
De quem vende água no deserto.

É o amor à espreita em cada esquina, 
A dor à espera dos restos da caça,
A saudade com ares de felina,
O aplauso ao nosso espetáculo cheio de graça.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 02 de agosto de 2000
Abraço!

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