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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Inquietude

Inquietude

     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Pelas ruas da cidade,
Num dourado fim de tarde,
Pessoas brincam de ir e vir.
Cativas de alguma forma de saudade
Elas vão seguindo, sem sabem por onde ir,
Em busca de imaginária felicidade.

Procuram a paz em cada olhar
Convictos de que a encontrarão;
Sorriem para velhos amigos
Que, com certeza, retribuirão.
Sonham com as ondas do mar
E se deixam, enfim, abraçar
Por emoções que jamais fenecerão.

Entre os transeuntes quase em transe
Não há quem se canse 
De existir, viver, falar de amor;
Muitos sorriem, se esquecem da dor;
No fim de tarde não há quem pense
Que o outro dia não será melhor
E que o pior é apenas uma história triste.

À noite, exsurgem dos bancos da praça
E, quase sem graça, voltam para casa.
Já não sabem o que são:
Pedaços de papel com versos de ilusão.

Neste momento não há quem não faça
De um ideal uma paixão.
Da tarde, do povo,
Resta meu coração.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 09 de fevereiro de 1992
Abraço!

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