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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Paradoxo

Paradoxo


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Grito, preso em minha alma,
E ninguém me ouve.
Apenas o silêncio me envolve
Como se fosse um manto de aço,
Ocultando minha fragilidade.

Serei eu tão forte assim?

Me desespero ante a dor
Sufocante da saudade,
Mas ninguém é capaz 
De ver essa angústia
Nem tampouco as lágrimas
Que caem por trás do meu sorriso.

Interpretarei tão bem assim?

Com a esperança já exânime
Ignoro minha dor
E persisto, enlouquecido,
No sonho que me fere.

Assim agem os fortes!

De repente, sou poeta.
Em rimas, pobres rimas, extravaso o amor,
Minha bênção e maldição,
E muito poucos entendem o que escrevo.

Entenderá quem eu amo?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 11 de julho de 1994
Abraço!

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