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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Sem disfarce

Sem disfarce


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Não sois flor,
Sois primavera,
Quase dor,
Quimera.

Sois divina, 
Estrela, celeste.
Mulher-menina,
Anjo agreste.

Sois magia,
Alvorecer.
Da poesia
O "inesquecer".

Sois sol, luz,
Conto-de-fadas.
Vosso olhar seduz,
Vos faz amada.
Sem vós não sou nada.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 01 de outubro de 1999
Abraço!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Lembrança que fere a alma

Lembrança que fere a alma


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Saudade é ter distante e perdido
Um pedaço da alma,
É ter triste o sorriso,
É ter por consolo a lembrança,
É regredir no tempo,
Ser infantil,
Conversar com as lágrimas,
Se perder na canção,
Esquecer de esquecer.

Saudade é busca
Que nunca perde a certeza,
É  sempre sonhar com o abraço amado e amante,
É loucura dócil que fatiga o corpo
Ante o tudo que se transforma em nada
Na ausência do ser querido.
É nada além de um desejo sem fim
De apertar a pessoa amada nos braços,
Roubar mil carinhos,
E tê-la sempre presente.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 30 de setembro de 1992
Abraço!

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Paradoxo

Paradoxo


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Grito, preso em minha alma,
E ninguém me ouve.
Apenas o silêncio me envolve
Como se fosse um manto de aço,
Ocultando minha fragilidade.

Serei eu tão forte assim?

Me desespero ante a dor
Sufocante da saudade,
Mas ninguém é capaz 
De ver essa angústia
Nem tampouco as lágrimas
Que caem por trás do meu sorriso.

Interpretarei tão bem assim?

Com a esperança já exânime
Ignoro minha dor
E persisto, enlouquecido,
No sonho que me fere.

Assim agem os fortes!

De repente, sou poeta.
Em rimas, pobres rimas, extravaso o amor,
Minha bênção e maldição,
E muito poucos entendem o que escrevo.

Entenderá quem eu amo?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 11 de julho de 1994
Abraço!

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Ausência

Ausência


     Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Porventura pode um poema definir o vazio de uma ausência?
Palavras, por mais sinceras que sejam, não sabem traduzir o que é saudade,
Nem podem explicar a angústia de estar sozinho, apenas com os sonhos,
Sonhos que doem no peito como se quisessem roubar a felicidade,

Sonhos que extravasam esperança de encontrar novamente o ser amado,
E que mantém ardendo a chama da vida, alimentando-a de sentido.
Por ironia, em nossa fragilidade, somos fortes o bastante para chorar
Em silêncio essa mágoa e sorrir, na certeza que em nosso caminho,

No caminho do poeta, no passar do tempo, nos minutos que parecem horas,
Encontraremos, de olhar brilhante e sorriso lindo, a pessoa amada.
Acaso pode um poema definir a magia sentimental desse momento?

É como um cego vislumbrar pela primeira vez a beleza do amanhecer.
É assim quando encontramos o amor, como a fé que, enfim, pode acontecer.
Somos como pássaros que descobrem, depois da fuga, a liberdade do vento.


Daniel Carvalho Gonçalves.
Escrito em 07 de dezembro de 1995
Abraço!