Desafino
Foto: Daniel Carvalho Gonçalves
Quem és tu, que me olhas
Do outro lado do espelho,
E, hirto, debochas
Dos meus olhos vermelhos?
Quem és tu, que desdenhas
Do meu frágil mistério,
E, tão cruel, desenhas
Tua vilania num "eu quero"?
Quem és tu, que não tens medo,
E desafia o próprio destino,
Como se controlasse seu enredo,
Ou inventasse o seu caminho?
Quem és tu, indomável fera,
Que caça à sorte, à esmo?
Quem és tu, ó pseudo-quimera,
Senão eu mesmo?
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 25 de agosto de 2000
Abraço!
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