MEU ESPELHO
Foto: direitos autorais Daniel carvalho Gonçalves
Aventuro-me dentro de mim mesmo.
Aqui jazem os sonhos que abandonei.
Lágrimas caem, formas de dor ao esmo,
Como se pudessem regar as sementes
Desses sonhos ou fazer ressuscitar
A sua infante esperança.
Dizem que os sonhos não morrem.
Talvez se disfarcem ou adormeçam
À espera de que um dia sejam lembrados
Com força o suficiente
Para iluminar lhes o amanhecer.
Talvez esses sonhos sejam a soma
Do menino que pensei ter deixado de ser,
Do homem que pensei que seria,
Dos caminhos que me moldaram poeta,
Das flores que ainda planto em meu jardim.
Talvez a poesia seja luz dos meus anseios,
Quando as palavras representam, pequenas,
A felicidade de um sentimento verdadeiro,
De um amor que não se explica,
De uma parte de mim que parece faltar,
Mas que, de alguma forma, eu sei,
Me dá a certeza de ser completo.
Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 17\11\2024
Abraço!