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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poesia de mulher

Poesia de mulher

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Comparei-te a um raio de luz
Numa gota de orvalho em pétala de flor,
Pois, teu olhar, menina, seduz,
Aquece, arde em mim qual febril fervor.

Calei-me, profano e reverente.
Com o coração te fazia um poema,
E, com malícia, fazia-me de inocente,
Desejando teus encantos de fêmea.

Mas o amor é um rio sem nexo:
Foge do oceano e do seu amplexo.
Não resistindo, se entrega de corpo e alma.

O amor é a poesia de te poetizar menina
E te querer mulher, síntese feminina
No coração de quem, de amor, se desarma.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 20 de julho de 1999
Abraço!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Incontrolável

Incontrolável


  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Não me agrada a metria.
Sou sentimento,
Tempestade, não a rocha fria,
Inexplicável alento.

Sou fogo solto na mata,
Sou água matando a sede.
Meu poema é mesa farta
De dores e amores numa mesma rede.

A metria limita,
Prende, escraviza,
Algema, irrita,
Doma e banaliza.

Sentimento é rio caudaloso,
É mar em dia de tormenta,
Não pode ser contido,
Medido.
Um poema são palavras brincando gostoso,
Como magia que se alimenta
Da liberdade de um destino imprevisto.


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de setembro de 2015
Abraço!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Soneto de contraste

Soneto de contraste

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Existe uma canção no seu sorriso,
Uma harmonia que encanta, entontece,
Me faz acreditar que o paraíso
Tão sonhado, ao seu lado, acontece.

Existe, em sua malícia, uma serpente,
Seduzindo com promessas de sabores,
De fruta exótica, de beijos quentes,
De pele nua, de insondáveis amores.

Como pode a serpe ser também um anjo,
E esconder mistérios em seu doce arranjo,
E dominar tanto a alma do poeta,

Que, para ele, estar nessa prisão,
E não ser sequer dono do seu coração,
É razão para viver em festa?


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 28 de setembro de 2015
Abraço!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Do alfa ao ômega

Do alfa ao ômega

  Foto: Daniel Carvalho Gonçalves


Esta poesia que agora tens diante dos olhos
Não são tão somente rimas a brincar no meu pensamento,
É uma verdade intensa demais para ser negada,
É o âmago de minha alma, força do meu sentimento,

É febre em minhas veias, louca, queimando em meu sangue,
Aquecendo meu corpo e transpirando em cada poro
A dependência cada vez maior da mulher amada,
É a ternura no riso dessa deusa que eu adoro.

Ah, mulher! Essa poesia não existiria sem ti,
Como sem ti, também não pulsaria vida em mim.
Este poema é um plágio imperfeito, reflexo

Apenas de cada sorriso estampado em teu rosto,
De cada gesto, cada palavra, sentimento exposto
Em teus olhos. Desculpe, só tenho estes versos sem nexo!


Daniel Carvalho Gonçalves
Escrito em 05 de agosto de 1996
Abraço!